Com o fechamento de empresas e redução da demanda do consumidor por causa da quarentena para contenção do coronavírus, a atividade do setor de serviços do Brasil despencou em março, sofrendo o maior tombo em pelo menos 13 anos.
A informação é da consultoria IHS Markit, que calcula o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), indicador de saúde econômica de um setor calculado com base em fatores como pedidos, estoque, emprego e entrega de fornecedores.
Em março, o PMI de serviços do país desabou a 34,5 (era de 50,4 em fevereiro, apontando a maior contração do setor desde 2007, quando o índice começou a ser calculado.
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Queda rápida
As vendas para exportação também contraíram a um ritmo rápido, que superou a queda no volume total de novos negócios, em meio ao fechamento de fronteiras internacionais em resposta à pandemia.
“Os dados de março ilustram que o fechamento de empresas, cancelamento de encomendas e recuo da demanda do consumidor em meio à emergência de saúde pública do Covid-19 se traduziram em uma rápida queda na produção do setor de serviços”, disse em nota o diretor de economia do IHS Markit, Tim Moore.
Com esse cenário, os fornecedores de serviços registraram queda no número de empregos no ritmo mais forte desde outubro de 2016, diante da necessidade de reduzir os gastos operacionais.
Alta nos custos e preços
O setor enfrentou ainda em março forte aumento nos custos, embora a taxa de inflação de insumos tenha sido a mais fraca desde novembro. O dólar forte e o aumento nos preços de itens importados foram considerados os principais responsáveis.
Assim os preços cobrados tiveram o maior aumento em três meses, com os entrevistados citando a necessidade de repasse dos custos, embora algumas empresas tenham sugerido que descontos foram oferecidos para ajudar a mitigar a queda da demanda.